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O Senhor dos Desejos/Wishmaster
Realizado por Robert Kurtzman
EUA, 1997 Cor - 90 min.
Com: Andrew Divoff, Tammy Lauren, Robert Englund, Angus Scrimm (voz), Ari Barak, Jake McKinnon, Greg Funk, Richard Assad, Ted Raimi, Danny Hicks

O Djin, ou génio, é um demónio que é obrigado, por uma força superior, a cumprir os desejos que os comuns mortais lhe formulam. Mas há sempre um senão e a discriccionaridade na execução é abismal. Confinado, centenas de anos atrás, ao interior de uma pedra preciosa (uma estranha forma de alguém o querer afastar dos olhos do mundo), é libertado no presente por Alexandra (Lauren), assumindo forma humana, na pele do actor Andrew Divoff. Três desejos dela - porque foi quem lhe deu liberdade - possibilitarão que se abra para sempre a passagem entre o mundo dos Djins e o nosso. Pelo caminho, o génio vai satisfazendo cruelmente os desejos de quem com ele se cruza.

A frase "Wes Craven apresenta" tende a ser popular no marketting de alguns filmes em que Craven esteve - mesmo muito indirectamente - envolvido. Normalmente aparece como produtor executivo, um crédito que costuma indicar uma ligação pouco directa ao filme. Mas, principalmente depois do êxito de «Scream» (1996), há que aproveitar o nome lucrativo e usá-lo para vender outros filmes. No Fantasporto, «Wishmaster» apareceu como "um filme de Wes Craven", um "erro" que já tinha ocorrido numa edição anterior, em que «Jack Brown Genius» de Tony Hiles era apresentado como realizado por Peter Jackson.

«O Senhor dos Desejos» não é um filme completamente mau; é um filme de terror pipocante, que se vê com moderado agrado se não existir algo de mais interessante para fazer ou caso se seja um apreciador do género e não se queira perder os escassos títulos que são estreados em salas portuguesas. Muito, muito pior, é outro título rotulado de forma semelhante: «Wes Craven Presents Mind Ripper» - de Joe Gayton, 1995 -, entre nós conhecido pelo título em vídeo «O Segredo do Predador».

O horror made in Hollywood tenta sempre capitalizar ao máximo, e os "maus" têm sempre de acumular as funções de estraçalhar o casting e de ser engraçados para gerar alguma simpatia por parte da audiência, porque nunca se sabe se as coisas vão correr bem e se caminhará para uma longa série. Como não se procuram boas ideias, mas apenas conceitos que possam resultar no mercado, é natural que cada novo título do género não traga nada que justifique desmarcar outros compromissos. É pena que um título com interesse e imaginação como «The Frighteners» vá directo para vídeo, e outros como este ou o terrível «I Know What You Did Last Summer» tenham honras de exibição no grande écran.

Os pontos que o Djin vai marcando ao longo do filme - satisfazendo os desejos das suas vítimas - dão azo a um ou outro homicídio espirituoso, e não se procura ir muito mais para além dessa colagem de sequências. A violência, onde as imagens por computador dão uma ajuda considerável, parece andar próximo do limite da classificação etária (americana) aceitável. O pior, em termos de desenvolvimento do texto, foi ninguém se ter esforçado em arranjar uma justificação para que a heroína não pudesse pura e simplesmente desejar que nada daquilo estivesse a acontecer. Se o fizesse, claro, o filme terminaria ao fim de cinco minutos.

Se se der ao trabalho, pode ouvir a frase promocional no fim dos créditos. Má projecção pode revelar microfones no topo da imagem.

**1/2
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