Glossário
(e observações)
A.C.E.
Anamórfico
A.S.C.
Cameo
CinemaScope
Classificação
Fullscreen
Hard matte
Letterbox
Matte
M.P.S.E.
NTSC
PAL
Panavision
Pan and scan
Soft matte
Spoiler
Super 35
Surround
Widescreen
A.C.E.
Iniciais frequentemente associadas nos créditos de filmes a alguns técnicos de montagem. American Cinema Editors (Técnicos de Montagem Cinematográfica Americanos), fundada em 1950. Os membros são admitidos apenas por convite. Edita a revista Cinemeditor, e atribui os prémios Eddy.

Anamórfico
Filme rodado em formato alargado, vulgarmente apelidado de CinemaScope. O mais frequente é o Panavision, a que corresponde um rectângulo de aproximadamente 2.35:1 (relação horizontal: vertical). O écran de TV é 1.33:1, ou 4:3, cerca de 43% menos largo do que o Panavision (para mais pormenores leia Formatos de Cinema na TV).

Os formatos alargados obtém-se através da utilização de uma lente anamórfica na câmara, que vai comprimir a imagem. Outra lente, colocada no projector, irá descomprimi-la.

Os formatos alargados são também obtidos através de outros sistemas, nomeadamente os que extraem um rectângulo 2.35:1 de uma secção do negativo, em vez de comprimirem a imagem, mas as cópias de distribuição são exibidas também através da utilização de lentes anamórficas. As fichas técnicas que encabeçam os comentários não fazem distinção, o que não invalida que tal possa ser referido no texto, caso algo o justifique. O termo é empregue para identificar filmes em formato alargado, independentemente do sistema utilizado na rodagem. (Veja Super35)

images/anamorphig.jpg

Imagem comprimida no filme (esq.) e descomprimida no grande écran de cinema (dir.) através de uma lente de projecção especial (centro). A imagem da esquerda era comum em cópias antigas formatadas para TV. Como se sabe ainda hoje se considera grave cortar logotipos e créditos, mas não há qualquer problema em cortar metade da imagem dos filmes.

A.S.C.
Iniciais frequentemente associadas nos créditos de filmes a alguns directores de fotografia. American Society of Cinematographers (Sociedade Americana de Cinematógrafos/Directores de Fotografia), fundada em 1919. Os membros são admitidos apenas por convite. Edita a revista American Cinematographer. Em outros países existem equivalentes: B.S.C. (British Society of Cinematographers), C.S.C. (Canadian Society of Cinematographers), H.K.S.C. (Hong Kong Society of Cinematographers), A.F.C. (Association Française de Cinematographie), etc.

Cameo
Pequeno papel num filme, normalmente relevante quando se trata de alguém publicamente conhecido. Não apenas actores, realizadores e outras individualidades ligadas ao meio, mas qualquer personalidade. Por exemplo, Leonard Maltin (crítico) em «Gremlins 2», Gorbachov (político) em «Faraway, So Close», etc.

CinemaScope

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O CinemaScope foi introduzido em 1953 com o filme «The Robe». Os cartazes anunciavam "o milagre moderno que você vê sem óculos" e "som estereofónico de alta fidelidade". A primeira frase visava esclarecer o público que iria ver um espectáculo em grande écran sem os inconvenientes dos filmes em 3D. O som estereofónico demorou a constituir padrão, a adoptar pela generalidade das salas. Mesmo hoje existirão salas sem som estereofónico, apesar da vulgarização dos sistemas digitais de 6 canais.

O sistema seguiu-se às experiências com o Cinerama, em 1952, que utilizava três câmaras e três projectores para obter uma imagem bastante larga. A 20th Century Fox adquiriu os direitos da lente anamórfica de Henri Chrétien, expondo em todo o negativo uma imagem comprimida numa proporção de 2:1. Deste modo os primeiros filmes em CinemaScope ocupavam um rectângulo de 2.66:1. A necessidade de juntar quatro pistas sonoras magnéticas encurtou o espaço do negativo passando-se para um ratio de 2.55:1. Os operadores cinematográficos resistiram à introdução do som estereofónico devido aos elevados custos, e fizeram lobby para a manutenção de uma pista sonora em mono, culminando com uma nova redução na largueza do écran: 2.35:1, que é o actual padrão para os filmes em formato alargado, filmados com lentes anamórficas ou não.

Em 1966 a própria 20th Century Fox passou a utilizar as lentes Panavision, que entretanto se desenvolveram como uma melhor alternativa para filmes anamórficos.

Traduzido e adaptado de The American Widescreen Museum (©1997).

Classificação
A classificação utilizada vai desde o mínimo de uma estrela/fotograma ao máximo de cinco estrelas/fotograma, nos seguintes termos:

* Mau, repulsivo, potencialmente lesivo de células cerebrais
** Fraco ou apenas inútil
*** Simpático, médio, interessante, a ver
**** Bom
***** Excelente, potencialmente indutor de um estado mental pré-nirvana

São utilizadas com frequência classificações intermédias, usando um meio-fotograma (images/meioframe.gif).

Há que ter em atenção que classificações de 4,5 e 5, tal como as de 1,5 e 1, são mais subjectivas que as restantes, no sentido em que são atribuídas para além das qualidades presentes no filme, ou seja, provocaram reacções físicas e espirituais positivas ou de quase-esquizofrenia, respectivamente.

Classificação especial para filmes da categoria "Lixo"
Esta é uma classificação alternativa, e - bem -, menos séria. Quando se diz que um filme é mau, costuma existir a pergunta "mas é *mesmo* mau?" Assim, optou-se por uma classificação paralela, atribuída apenas aos filmes que estiverem na secção "Lixo". Note-se que esta classificação pode não ser proporcional à oficial. Aqui um filme com a classificação prévia de 1,5 fotogramas pode ser considerado pior do que um com 1, se se consideraram excelentes efeitos especiais, por exemplo, para atribuir o meio fotograma. Esta classificação não pesa atenuantes; uma poia é uma poia.

images/1poia.gif Mau - O típico filme intragável.
images/1poia.gifimages/1poia.gif Péssimo - Exigiu algum esforço para atingir tal nível de intragabilidade.
images/1poia.gifimages/1poia.gifimages/1poia.gif Morte cerebral - Equipa de reanimação cardíaca e psíquica à sala de cinema, urgentemente.

A "secção lixo" foi abandonada por tendencialmente recolher o mesmo género de obras e porque se considerou que a "divulgação" de "maus" filmes não fazia muito sentido. No entanto, esta classificação será atribuida sempre que se comente um filme verdadeiramente digno de a receber.

Fullscreen
O mesmo que pan and scan. Literalmente "écran cheio". É incorrecto utilizar-se quando se refere a uma cópia cujo formato original é o "Academy Ratio", i.e., 1.33:1 (igual ao da TV). A utilização do termo refere-se ao processo de, artificialmente, cortar filmes para encher o écran (ou transferi-los "abertos"/unmatted). Também conhecido, pejorativamente, por "foolscreen". Sabe-se lá porquê.

Hard Matte
Processo que consiste em tapar a câmara, durante a rodagem de um filme, marcando a preto no filme a parte que o cineasta não utiliza (por outras palavras, expondo apenas a imagem que se pretende projectar), e definindo o formato no qual o filme deve ser projectado. A cópia para vídeo ou respeita esse espaço negro ou corta lateralmente a imagem. Alguns filmes têm apenas algumas sequências assim, normalmente para salvaguardar microfones ou outros objectos indesejados, que os estúdios, emissoras de TV e editoras de vídeo não se importariam de mostrar em cópias de écran cheio, abertas. Hitchcock determinou que a sequência do chuveiro de «Psycho» fosse "hard matted" para que os seios de Janet Leigh não fossem visíveis de modo algum (assim nem projeccionistas pervertidos podiam guardar recordações e publicá-las na Internet). O processo pode ser efectuado a posteriori, em estúdio. Confronte com "soft matte". Alguns dos links fornecidos nesta página dão acesso a mais informação.

Letterbox

não, as barras não tapam informação!

Efeito resultante da transferência de um filme para vídeo com respeito pelo formato cinematográfico original, e que resulta no efeito secundário de "barras pretas" em cima e em baixo da imagem (em raras excepções há uma única barra em baixo, melhor acomodando a legendagem de filmes estrangeiros). O termo widescreen é usado com mais frequência na identificação do estado das cópias vídeo. Infelizmente a mera aparência de "espaço negro não utilizado" não significa que o formato tenha sido integralmente respeitado; em alguns casos fazem-se compromissos, ou transferências em widescreen parcial (2.1:1 ou 1.85:1 em vez de 2.35:1, por exemplo).

Matte
Os filmes continuam a utilizar um negativo com um formato de 1.37:1 (praticamente idêntico ao da vulgar TV), mas a área a projectar (em filmes não-anamórficos, claro) é inferior, situando-se no centro e desprezando faixas acima e abaixo. Normalmente o cineasta não vê sequer essa área no monitor, mas em transferências vídeo, essa imagem - extra, redundante, irrelevante - pode ser usada para fazer uma cópia em écran cheio. Essas cópias dizem-se "unmatted", i.e., sem os "mattes". Não é raro que esta prática permita destapar objectos indesejáveis (microfones, etc.), mas tal é cada vez mais raro no cinema mainstream (vd. exemplos em PFF). Mesmo quando tal não acontece o enquadramento fica consideravelmente desequilibrado, mostrando uma área de cerca de 30% que o cineasta não considerou ao filmar. Só é possível quando o filme foi rodado em soft matte; hard matte implica pan and scan convencional, com corte lateral da imagem.

M.P.S.E.
Motion Picture Sound Editors. Associação americana de profissionais de montagem de som. Os misturadores de som integram-se, eventualmente, na C.A.S. - Cinema Audio Society.

NTSC
National Television Standards Committee. Padrão televisivo dos EUA, Japão e outros territórios (ver abaixo), possuindo 525 linhas de varrimento a 30 imagens/frames por segundo, sendo cada uma constituída por dois campos (60 Hz). As 30 IPS são na verdade 29.97, mas não interessa entrar em pormenores dessa natureza. Costuma referir-se o NTSC como "525/60". Tem pior definição de imagem que o padrão PAL (625/50), mas melhor velocidade de varrimento (como tal denotará menor cintilação/"flickering"). A TV digital com base no NTSC terá pois 1050 linhas de resolução (1050/60) (compare com o PAL).

Transferências filme – vídeo. Vd. o que é referido em relação ao PAL. Neste sistema não se poderia apenas transferir o filme a 24 IPS para vídeo a 30, pois a aceleração seria demasiado óbvia. Assim, faz-se uma compensação através de repetição de frames. A duplicação faz-se num esquema 2/3/2/3/…, i.e., um frame de filme em dois campos vídeo; um frame de filme em três campos de vídeo; etc. No PAL não se faz qualquer compensação e um frame de filme é sempre copiado para cada frame vídeo (dois campos; 2/2/2/…). Tenha em conta que em vídeo estamos sempre perante frames com dois campos.

Países que usam o NTSC: Antigua e Barbuda, Aruba , Bahamas, Barbados, Belize, Bermudas, Bolívia, Brasil (PAL-M, compatível), Canadá, Chile, China (Taiwan), Colômbia, Coreia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos da América, Ilhas Fiji, Filipinas, Grenada, Guam, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Japão, México, Micronesia, Myanmar, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, St. Lúcia, São Vicente e Grenadines, Samoa, Suriname Oriental, Tonga, Trindade e Tabago, Venezuela, Vietname (NTSC/SECAM), Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, Ieméne (PAL/NTSC). Fonte: http://www.imvs.com/ (loja on-line)

PAL
Phase Alternation by Line. Padrão televisivo da Europa e de outros territórios (ver abaixo), possuindo 625 linhas de varrimento a 25 imagens/frames por segundo, sendo cada uma constituída por dois campos (50 Hz). As linhas constituem o valor da resolução de uma imagem televisiva e os 50 Hz correspondem à velocidade a que uma imagem substitui a outra no écran. Costuma referir-se o PAL como "625/50". Tem melhor definição de imagem que o padrão NTSC (525/60), mas pior velocidade de varrimento (como tal denotará maior cintilação/"flickering", e é por isso que se desenvolveram os televisores de 100 Hz.). O sistema PAL Secam é utilizado em França e nas suas ex-colónias. A base é a mesma do PAL, mas não se evoluiu do mesmo modo, quando se passou do preto e branco para a cor; uma cassete gravada em Secam será lida normalmente num vídeo PAL, mas a preto e branco. Está definido que a futura televisão digital terá o formato 16:9 e duplicará a resolução de imagem actualmente existente (1250/50 ou talvez 1250/100).

Transferências filme - vídeo. Costuma existir alguma confusão em relação a esta matéria, mas revela-se relativamente simples depois de nos debruçar-mos sobre ela. Não interessando entrar em pormenores demasiado técnicos, o que há a reter é que, para lá da óbvia perda de definição na imagem - o filme não está limitado por "linhas" -, mais ou menos notória consoante a qualidade dos masters e das cópias, um filme transferido para PAL sofre uma aceleração de 1/25. Isto é, o filme é projectado a 24 imagens por segundo, e o PAL, como se viu, corre a 25 e cada frame de filme tem de ocupar um frame de vídeo. Para saber o tempo que um filme deve ter em vídeo basta subtrair 1/25 (4%) ao seu tempo real. Um filme com 100 minutos numa sala de cinema terá 96 minutos em vídeo. (vd. também a questão dos tempos nas Perguntas Feitas Frequentemente). Poderia fazer-se uma compensação semelhante ao que se faz em transferências filme – NTSC, mas tal não ocorre porque a diferença de velocidade é imperceptível para a maioria das pessoas.

Países que usam o PAL: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Canárias, China, Dinamarca, Dubai, Espanha, Ilhas Fiji, Finlândia, repúblicas da ex-Jugoslávia, Grécia, Holanda, Hong Kong, Islândia, Índia, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Jordânia, Malásia, Nigéria, Noruega, Paquistão, Portugal, Quénia, Reino Unido, Singapura, Sri Lanka, Suécia, Suíça, Tailândia, Turquia, Zâmbia, Zimbabwe. Fonte: http://www.imvs.com/ (loja on-line)

Panavision

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Marca registada. É o mais utilizado processo anamórfico nos dias de hoje, comprimindo a imagem filmada num negativo a uma ratio de 2:1, sendo depois descomprimida, pelo processo inverso, no projector. A Panavision começou a produzir lentes de projecção em 1954, e cedo se dedicou a tentar produzir uma lente que podesse ser usada em qualquer sala de cinema, podendo ser adaptada a qualquer formato, ao contrário das convencionais lentes de CinemaScope que obrigavam a equipamento específico. Nesta altura, isto levava muitos filmes a serem rodados simultaneamente com duas câmaras; uma com uma lente anamórfica, outra com uma lente normal. A Panavision distribuiu as lentes a todos os estúdios, que assim começaram a preferir o processo ao CinemaScope, pelo qual a 20th Century Fox cobrava direitos de utilização. Além disso o CinemaScope gerava alguma distorção, demasiado patente em close-ups, parecendo que os actores tinham os rostos inchados. Evitava-se pois close-ups nos formatos alargados. Mas a Panavision não só corrigiu a distorção como melhorou a definição da imagem, e cedo grandes estrelas começaram a exigir ser fotografadas com essas lentes. Hoje a Panaflex é o padrão universal, devido a um conjunto de câmaras leves, silenciosas e flexiveis, alugadas pela empresa.

Quando um filme usa o material da Panavision os créditos devem mencionar "Filmed with Panavision Cameras and Lenses". Também é frequente "Panaflex camaras and lenses by Panavision". Se o processo foi anamórfico deve ler-se "Filmed in Panavision". O que nem sempre sucede.
O problema da grande perda de imagem para o mercado vídeo (quem é que está preocupado?) levou a uma certa frequência na utilização de um processo chamado Super35, que se obtém "mascarando" a imagem e destapando-a, consoante o que é "mais importante", para vídeo. Usando metade do negativo esse processo perde metade da resolução em relação ao genuíno scope do Panavision.

Pan and scan

pan and scan
A vermelho, a área a ser seleccionada de um filme em Panavision (no caso, «Braveheart»), para uma versão TV em écran cheio. A imagem move-se, para a esquerda ou para a direita, consoante o que a pessoa que transfere o filme considera mais importante.

Processo de adaptação de um filme para vídeo, cuja preocupação última é encher o écran televisivo. Como os formatos usados são quase sempre mais largos que 1.33:1 (ou 4:3 - TV), seleccionam-se fracções da imagem cena a cena. Daí o termo pan, ou deslizar da esquerda para a direita. Basicamente, é a forma de colocar um rectângulo noutro mais pequeno cortando o que não cabe, para evitar o efeito secundário das barras pretas, e da imagem supostamente demasiado pequena. Este processo deixa de fora mais de 40% de filmes rodados em formato alargado. Mais detalhes em Formatos de Cinema na TV.

Soft Matte
Rodagem de um filme visualizando no monitor a área de imagem pretendida mas expondo todo o negativo para além (acima e abaixo) dessa área. O filme tem depois de ser tapado na projecção, de acordo com o formato para o qual o filme foi concebido. Utiliza-se normalmente para os formatos standard americano (1.85:1) e europeu (1.66:1). A excepção é o Super35. O grande inconveniente é que estas cópias não chegam marcadas às mãos dos projeccionistas, e, pelo menos no caso de Portugal, o enquadramento escolhido é o que está mais à mão, e quando se abre demais podem ver-se toda a espécie de objectos indesejados, desde microfones a roupa de actores que supostamente estavam nus, carris por onde a câmara se desloca, etc. A cópia para vídeo ou respeita o formato original, ou corta lateralmente a imagem por se preocupar com objectos indesejados ou limita-se a destapar a imagem ("remover os mattes"), indiferente ao resultado. Ao contrário de Hitchcock, Frank Marshall não tapou a sua cena de chuveiro em «Arachnofobia», permitindo ver - pelo menos em Lisboa, com os habituais enquadramentos descuidados -, não nudez (infelizmente), mas roupa anti-indecência, cor da pele. Cenas semelhantes em «Um Peixe Chamado Vanda» (veja as imagens nas Perguntas Feitas Frequentemente, ou directamente aqui.) Confronte com "hard matte". Alguns dos links fornecidos nesta página dão acesso a mais informação.

Spoiler
"Spoiler" é um termo de difícil transposição para Português. Literalmente é "aquilo que estraga". Por spoiler entende-se toda e qualquer referência ao conteúdo de um filme que possa prejudicar a experiência de quem ainda o não viu. Não se trata apenas de revelar quem é o assassino ou que "ela" é na verdade um "ele", ou vice-versa, mas todo e qualquer pormenor que deva ser conhecido apenas durante a projecção. Na usenet ou em mailing-lists, se quiser debater o fim de um filme ou qualquer pormenor desta natureza, deve indicar explicitamente no subject/header da mensagem que o vai fazer, ou no corpo da mensagem, imediatamente antes. Esta é uma regra essencial de "netiqueta". A forma é livre, mas é costume utilizar-se a referida expressão, destacada: SPOILER, **SPOILER**, etc. No corpo da mensagem é também habitual deixar algumas linhas de intervalo, i.e., para não escrever "SPOILER" e imediatamente a seguir "x é o assassino". Muitos jornalistas e críticos desconhecem o significando do termo. O que é importante, note-se, não é conhecer o termo ou as "palavras-passe", mas procurar respeitar as pessoas que gostam de ler opiniões sobre determinado filme antes de o verem.

Super35

Super 35
«Terminator 2»: A azul, a área a ser seleccionada para a cópia vídeo de écran cheio; a vermelho a imagem a ser projectada ou transferida para a cópia widescreen

Processo destinado a obter um formato alargado no écran de cinema, mas a permitir uma maior facilidade de transferência vídeo, nomeadamente reduzindo a perda de imagem. O processo não é um verdadeiro 'scope', pois não usa lentes anamórficas. Filma-se uma área de aproximadamente 1.6:1, e depois selecciona-se uma secção para as cópias em formato 2.35:1, que serão feitas do mesmo modo que as cópias scope convencionais. Ao contrário do Panavision, que usa todo o negativo, o Super35 desperdiça quase metade, perdendo o correspondente em definição, já que ambas as imagens vão ser projectadas em écrans do mesmo tamanho.

Para vídeo, possivelmente a principal a razão de ser do sistema (apesar de se preferir pontualmente por razões técnicas específicas), abre-se a imagem cinematográfica ou corta-se - como no pan and scan normal -, consoante o interesse de quem controla o sistema. Os efeitos especiais nunca usam toda a área, por motivos económicos, e são sempre cortados convencionalmente para a cópia vídeo. Isto é, «Reservoir Dogs», um filme sem F/X, tem informação redundante na cópia de écran cheio, e muito pouco será cortado lateralmente (que se note sem comparar lado a lado com a composição original), enquanto que «Terminator 2» ou «True Lies» terão muitas sequências maciçamente cortadas.

O grande impulsionador do sistema é actualmente James Cameron, e é ele próprio que coordena a transferência para vídeo dos seus filmes. Quando filma visualiza de imediato dois enquadramentos. Faz "dois" filmes ao mesmo tempo. Afirmou mesmo que preferia a versão pan and scan de «O Abismo». Outras fontes esclarecem que se referia à excelente definição da cópia.

Surround
Sistema sonoro que recorre a saídas de som que cercam o espectador, criando a ilusão de se estar dentro da acção. Saídas de surround: as colunas situadas normalmente nas paredes laterais da sala e por detrás do espectador. Os sistemas analógicos possuem um único canal de surround (igual em todas as saídas), mas os digitais têm separação de canais (surround esquerdo e surround direito). Vd. «Sistemas de Som em Sala».

Widescreen
A aplicação do termo pode ser algo confusa. Começou a usar-se como referência ao CinemaScope, pós-1953. Com a frequência de filmes em formato alargado, mesmo os filmes filmados pelo processo esférico (por oposição a anamórfico), começaram a ser planeados para enquadramentos mais largos do que o Academy Ratio (1.33:1). O termo passou a abranger também os filmes que, devido ao seu formato, necessitavam de ser tapados no projector, particularmente o padrão para o cinema europeu (1.66:1) e o padrão para o cinema americano (1.85:1). Na rotulagem de cópias vídeo, o termo significa que o filme foi transferido no formato original, o que infelizmente nem sempre é exacto. De um modo geral, é correcto chamar widescreen a qualquer formato mais largo que o padrão da Academia (e televisivo). Vd. Formatos na TV.


Outras definições podem encontrar-se no Internet's Filmmaker's FAQ e no glossário da Internet Movie Database.
Porque não sugerir entradas para o glossário?
(troque euNOT por EUnet)

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