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As Mil e Uma Noites/Il Fiore Delle Mille e Una Notte
Realizado por Pier Paolo Pasolini
Itália/França, 1974 Cor - 109 min.
Com: Ninetto Davoli, Franco Citti, Tessa Bouché, Margaret Clementi, Ines Pellegrini, Franco Merli, Francelise Noel, Ali Abdullah, Christian Aligny, Jeanne Gauffin Mathieu, Francesco Paolo Governale, Salvatore Sapienza

A concluir a sua Trilogia da Vida, Pasolini conduz algumas histórias das Mil e Uma Noites, que têm como fio condutor as desventuras de Nured-Din (Merli) em busca da sua escrava Zumurrud (Pellegrini), raptada por um homem de olhos azuis. Na sequência de tão vil acto, incluem-se histórias dentro de histórias e retornos à história central, por diversas vezes. Aziz (Davoli) não casa com a prima, Aziza (Bouche) porque apaixona-se por uma devoradora de homens, que lhe impõe enigmas antes de o deixar aproximar-se do seu leito. Aziza ajuda-o, em sofrimento. O castigo será drástico. Para ajudar um viajante a seduzir uma princesa que recusa todos os homens devido a um sonho, contrata dois mendigos. Um era um príncipe que viajou pelos mares seguindo uma voz, sem saber que iria incarnar uma terrível profecia. O outro encontra uma caverna onde uma mulher é prisioneira de um demónio, que os castigará exemplarmente. Entretanto, a escrava Zumurrud é rei de um país distante e procura atrair Nured-Din, que chorando e sofrendo em busca do seu amor, vai repousando nos braços de metade dos intérpretes femininos do filme.

Apesar de ameaçar tornar-se confuso a certa altura, devido às diversas histórias entrelaçadas, «Il Fiore delle mille e una notte», consegue ser uma obra bem mais satisfatória que o segundo filme da trilogia, «Os Contos de Canterbury». Originalmente teria 155 minutos, e os cerca de 25 minutos removidos poderiam ser importantes para o fluir da narrativa. A estrutura confusa, e as histórias que aparentavam ser meros extractos, é o principal óbice do filme anterior.

Com o conteúdo mais marcadamente erótico (ligeiramente explícito) de entre os três filmes, e com um humor algo abaixo de «Il Decameron», «As Mil e Uma Noites» terminam satisfatoriamente a reposição da trilogia em cópias novas, e só se deseja que a Medeia continue a recuperar clássicos para a exibição comercial cinematográfica. Também seria desejável que a distribuidora/exibidora clarificasse o papel das salas lisboetas, ACS e Ávila, já que este, inicialmente projectado para repor filmes ordenadamente, tem assumido uma função de sala de segunda passagem. E muitos filmes prometidos continuam à espera de por lá passar.

Entretanto, pelo menos para o Cine ACS já se anunciou, para o dia 24 de Outubro, o filme que Pasolini faria a seguir às «Mil e Uma Noites», a sua obra final e mais chocante: «Salò ou os 120 Dias de Sodoma». A não perder.

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