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Os Contos de Canterbury/I Racconti di Canterbury
Realizado por Pier Paolo Pasolini
Itália, 1971 Cor - 109 min.
Com: Hugh Griffith, Laura Betti, Ninetto Davoli, Franco Citti, Joséphine Chaplin, Alan Webb, Pier Paolo Pasolini, Vernon Dobtcheff, Adrian Street, Nicholas Smith, Dan Thomas, Michael Balfour, Jenny Runacre, Peter Cain, Daniele Buckler

Pasolini adapta alguns contos do livro homónimo de Geoffrey Chaucer. Um estudante convence o dono da pensão que se aproxima um dilúvio para poder passar a noite com a mulher dele. Um homem idoso insiste em casar com uma mulher jovem. Uma mulher consome maridos atrás de maridos. Dois estudantes vingam-se do moleiro que rouba na farinha, com a filha e a esposa. Três amigos, irmãos de sangue, encontram um tesouro e decidem não dividir por três. Um cobrador viaja com outro - o próprio demónio. A um frade é mostrado como o Inferno trata a sua classe.

Acusado de escatológico e de sexualmente explícito e vulgar (foi classificado X nos EUA, para variar), «Os Contos de Canterbury» constituem a segunda secção da Trilogia da Vida, renegada por Pasolini, apresentada em cópias novas pela Atalanta Filmes. Estas acusações não são destituidas de fundamento, ou especialmente injustas, já que o filme se foca numa série de anedotas de sexo e infidelidades, e inclui alguns gracejos baseados em expulsão de gases e outras substâncias mais densas. Mas também «Il Decameron» assim se poderia classificar, e este gerou unânimes aplausos.

Estes contos são inferiores aos baseados na obra de Boccacio, pelo modo como são apresentados. Pecam talvez pela estrutura. A estrutura original do livro de Chaucer apresenta-nos um grupo de peregrinos que viajam para Canterbury, reunidos numa estalagem, cujo dono desafia num concurso de contar contos. As dezenas de histórias são alternadas com a viagem dos personagens. Se Pasolini a início introduz o filme de forma similar, em seguida opta por apresentar os contos seguidos, e com algumas cenas em que Chaucer (ele próprio) surge a escrevê-los. Ou seja, mistura, a nosso ver desnecessariamente, dois possíveis modos de sequenciar o filme. Além disto, em quase todos os contos se fica com uma sensação de se estar a ver excertos e não histórias integrais.

«Decameron», que Chaucer lê a dado momento, e de onde Pasolini foi buscar o casal que se unia no terraço para aqui representarem deuses, é facilmente uma obra superior, não invalidando bons momentos, nomeadamente a visão do Inferno e dos frades a serem projectados.

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