cartaz
comentários
coluna
secção informativa
favoritos
arquivo

index

Snatch – Porcos e Diamantes/Snatch
Realizado por Guy Ritchie
EUA/Reino Unido, 2000 Cor – 103 min.

Com: Benicio Del Toro, Denis Farina, Vinnie Jones, Brad Pitt, Rade Sherbedgia, Jason Statham, Alan Ford, Mike Reid, Robbie Gee, Lennie James, Ewen Bremner

Frankie “Quatro Dedos” (Del Toro) rouba em Antuérpia e tenta vender a Avi (Farina), em Nova Iorque, um diamante “grande como um punho”. A informação passa de boa e boca, e, em Londres, Boris “a Lâmina” (Sherbedgia), negoceia com três marginais o furto da gema. Os promotores de boxe ilegal, sem luvas e com poucas regras, “o Turco” (Statham) e Tommy (Stephen Graham), vêm-se forçados a arranjar um novo pugilista para um desafio viciado, por ordem do “Cabeça de Tijolo” (Ford), depois do “Bombardeiro” Harris ficar fora de combate, acabando por apresentar o cigano Mickey “um Soco” (Pitt). Como a recuperação do diamante envolve a entrada pouco delicada na agência de apostas de “Cabeça de Tijolo”, este entra também no rol dos seus potenciais donos. Dada a confusão de personagens e alcunhas, a presente sinopse é adaptada da revista “Sight and Sound”.

Na sequência de «Lock, Stock and Two Smoking Barrels» (1998) (simplificado para «Um Mal Nunca Vem Só»), Guy Ritchie continua a dar azo à sua veia “rápida e furiosa”, e o mesmo método aqui aplicado com sucesso, em personagens diferentes, mas em situações e cenários que podiam coexistir com o universo do filme anterior, contribui para que cada vez menos seja justificável rotulá-lo como mero imitador de Tarantino e de Danny Boyle.

O argumento do próprio Ritchie deve ter dado imenso prazer a escrever. É o que se sente em cada personagem, nas alcunhas caricaturais, nas transições à velocidade da luz, como as viagens de Avi de Londres para Nova Iorque e na malha apertada entre as diversas situações, que requer uma grande atenção por parte do espectador. O tratamento visual é tudo menos gratuito. É difícil imaginar a mesma história com uma câmara sempre imóvel e em planos longos. Ritchie sabe quando acelerar e quando assobiar para o ar, fingindo descomprometimento. O exemplo máximo é a deliciosa confusão final, quando um acto insignificante se revela catalisador de todo o clímax, e onde somos presenteados com um visionamento gradual do sucedido.

Todos os actores parecem perfeitos para o respectivo papel, o que é um sinal óbvio de uma excelente direcção de actores e de uma grande capacidade na definição de personagens e na escrita de diálogos. Brad Pitt por alguma estranha razão é arrumado por muita gente como um rosto bonito, ídolo de adolescentes, mas detém uma variada e sugestiva galeria de freaks, feios, porcos e maus, na sua não muito longa carreira.

Recomendado para os fãs do filme anterior deste realizador, mas também para os que ainda não foram apresentados ao seu estilo particular – digam o que disserem – de contar histórias do submundo londrino.

***1/2
classificações

Publicado on-line em 10/12/00.