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cartaz |
Dead End - Terror Sem Fim/Dead End
Realizado por Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa França/EUA, 2003 Cor — 89 min. Com: Ray Wise, Alexandra Holden, Lin Shaye, Mick Cain, Billy Asher, Amber Smith, Karen S. Gregan, Sharon Madden, Steve Valentine
«Dead End» tenta ser um filme de horror "á antiga", algo que está em moda, na altura em que estreiam entre nós «Wrong Turn» e o remake de «A Texas Chain Saw Massacre» (1974). Temos aqui dois sinais de trânsito, que, infelizmente, não levam a lado nenhum, mas, se a moda pegar, podemos talvez esperar um «Sentido Proibido» ou, quem sabe, «Obrigatório Circular com os Médios Acesos dentro do Túnel». A utilização da expressão "á moda antiga" refere-se a um estilo mais duro e sério, característicos do cinema de horror americano nos anos 70 e início dos anos 80 pouco interessados num entretenimento light, fabricado de forma a não incomodar ninguém. Infelizmente, nos dias de hoje, há menos um seguir de "tendências" do que a imitação dos mecanismos que se demonstraram bem sucedidos comercialmente. Assim, se por um lado se preza que ainda se façam filmes de horror que se levem a sério, sem que sejam retemperados por graçolas patetas constantes, lamenta-se que não se comece por desencantar um argumento sólido e credível.
«Dead End» começa por ser um exercício interessante, ao tentar suster a quase totalidade de um filme num único cenário. Mas começamos muito mal, com personagens decalcadas de filmes de horror medíocres, uma tensão familiar que nunca chega a convencer e um jovem irritante, que não para de fazer comentários despropositados. Não se foge à tendência para colocar personagens a vaguear sozinhas pela estrada ou pela floresta, pela simples conveniência do argumento, pois têm que entrar naquela cena sozinhos. E, hoje em dia, quais são as probabilidades de num carro com cinco pessoas apenas uma ter telemóvel?
Antes de chegarmos a meio do filme, a narrativa já se encontra esgotada. Há ali material para um curta ou um episódio de série televisiva. Esta situação talvez já merecesse uma denominação própria, tendo em conta a quantidade de filmes que se produzem com base num conceito insuficientemente desenvolvido e que precisam de muita "palha" para encher 80 ou 90 minutos. Não se consegue também fugir ao típico “final surpresa” e contra-surpresa, com pouco ou nenhum sentido. Os créditos agradecem-nos ficar por ali a lê-los, mas não deixamos de ficar com a sensação de que o tempo não foi lá muito bem empregue.
Publicado on-line em 28/3/04.
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