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Teen Monster/Big Monster on Campus
Realizado por Mitch Marcus EUA, 1998 Cor - 92 min. Com: Kenny Blank, Shelley Duvall, Charles Fleischer, Christine Lakin, Matthew Lawrence, Bianca Lawson, Richard Moll, Nicole Neith, Christian Payne, Judge Reinhold, Ryan Reynolds, Justin Walker
Frank (Lawrence) é o filho adolescente de um cientista (Reinhold), com o qual partilha um interesse comum: o funcionamento do cérebro humano. Protótipo do personagem vítima dos abusos dos rapazes mais fortes e mais populares na escola, Frank vai socializar com maior eficácia, já que é chamado a resolver um problema causado por dois desses colegas, depois de um outro jovem ser empurrado para o uma piscina vazia, com consequências fatais. A solução passa por roubar um cérebro fresco e inseri-lo na cabeça do falecido. O que poderia correr mal, mesmo sabendo que o dador é, como não podia deixar de ser, um criminoso psicopata?
Aparentemente ainda por estrear nos EUA, à data da passagem pelo Fantasporto, «Teen Monster» é um título sobreposto ao original «Big Monster on Campus», algo frequente quando a introdução no mercado de determinado filme não corre pelo melhor. Acontece com filmes bons ou interessantes, o que não é propriamente o caso. Estamos perante um filme de género, com ingredientes mais que vistos no passado, adicionando-se o facto muito fim-dos-anos-90 de existir uma certa autoconsciência por parte dos cineasta, sobre estes mecanismos e sobre a inverosimilhança da acção. O resultado é um produto banal quase acima da média, com um conjunto de momentos divertidos, mas, como nunca se pretende apresentar algo de novo e se evita chocar demasiado a audiência, não existe nada que nos vá deixar marca na memória.
O maior problema de um filme recente como «Teen Monster» é que tem presente e referencia obras de género originais e importantes, como «Re-Animator», de Stuart Gordon, mas, se o realizador Mitch Marcus tem um olho para aí virado, tem claramente o outro apontado para uma audiência que não é a mesma desse filme (e os anos 80 já não voltam, pelo menos os deste século). Não há pois como evitar tornar o filme num produto comprometido, entre algumas ideias e os desejos do mercado, uma vulgar comédia de liceu, apta para consumo a um domingo à tarde. Nada de mal nisso, claro… Em particular se não se esperar muito.
Publicado on-line em 11/6/00.
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