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Speed 2: Perigo a Bordo/Speed 2: Cruise Control
Realizado por Jan De Bont
EUA, 1997 Cor - 125 min. Anamórfico
Com: Sandra Bullock, Jason Patric, Willem Dafoe, Temuera Morrison, Brian McCardie, Christine Firkins, Michael G. Hagerty, Colleen Camp, Lois Chiles, Francis Guinan, Tamia, Jeremy Hotz

Um paquete de cinco andares descontrolado quase abalroa um petroleiro, e entra por uma cidade adentro. Âncoras voam pelo ar, aviões explodem, barcos salva-vidas estão por um fio. Explosões incontáveis destroem os cenários interiores, originadas por uma infinidade de bombas muito estéticas. Uma perseguição de automóvel, com alguns despistes menores e rampas em sítios estranhos.

«Speed2 Cruise Control» foi coordenado por Stefen Fangmeier, à frente de uma boa centena de profissionais de efeitos visuais. Os choques principais estão realistas quanto baste, apesar de se notar um recorte aqui e ali. Âncoras, cordas e outros objectos gerados por computador estão apenas sugestivos. Para os tempos que correm o conjunto valerá

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Quase me esquecia.

Há ainda a envolver esta produção algo a que por vezes se chama "argumento". Este foi (sub)desenvolvido por Randall McCormick e Jeff Nathanson, a partir de uma história de Jan De Bont e McCormick, baseada em personagens (ou personagem?) criados por Graham Yost. Resume-se à história de Annie (Bullock) que, 3 anos depois de ter conduzido um autocarro desgovernado sem carta, tem agora uma relação com Alex (Patric), que ela julga fazer a patrulha na praia, mas que - imagine-se - na verdade é um membro da Special War Action Team da LAPD. Seria colega do personagem de Keanu Reaves?

Sabemos que algo vai correr mal quando a segunda frase do filme é o chefe da equipe SWAT a dizer algo como "don't forget to go by the book!".

Depois de uma sequência de estrada disparatada, a equipa do script mete o casalinho num paquete de luxo com um psicopata, Geiger (Dafoe), que é um génio informático que usa sanguessugas para purificar o sangue. O desgraçado tem motivos para querer arrebentar com o paquete, matando uma data de gente; afinal foi envenenado pela radiação dos computadores (ou algo parecido), no desenvolvimento do sistema que controla o barco (que sorte, assim pode manipular uma série de monitores e luzinhas em painéis), e o sindicato nem lhe deu uma mãozinha quando foi posto na rua. Para mais, tem pouco tempo de vida. Entre os gadjets existem os habituais visores com contagens decrescentes, que ninguém viria por estarem fechados dentro de tacos de golfe. Mas claro que aparecem sempre abertos para a câmara.

Annie admira a «Lolita» de Kubrick, e até pinta as unhas dos pés à maneira daquela, em mais uma "homenagem" a uma obra clássica do cinema. Existe ainda uma verdadeira lolita (Firkins) com problemas auditivos, que se declara, gestualmente, a Alex, e cuja presença se enquadra nos personagens com problemas antes do desastre (os pais não a compreendem, sniff sniff), mas que ficam porreiros depois. Isto sem contar com os protagonistas que se metem nisto para concluírem que querem casar.

O humor, claro, é sofisticadíssimo. Piada típica: a heroína está à frente de uma porta que abriu com uma motosserra, para libertar pessoas em risco de morrerem envenenadas por gás. Ela diz "saiam", eles respondem "só se desligar a motosserra".

Willem Dafoe passa o tempo a fazer caretas, incluindo acrobacias com os olhos que nenhum oftalmologista recomendaria e a rir-se por tudo e por nada. Deve ter sido quem mais se divertiu com este disparate. A piorar, De Bont empata demasiado tempo até mostrar o que toda a gente já sabe que vai ver. Nem vale o preço das pipocas.

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