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Pequenos Guerreiros/Small Soldiers
Realizado por Joe Dante
EUA, 1998 Cor - 110 min. Anamórfico
Com: Kirsten Dunst, Gregory Smith, Jay Mohr, Phil Hartman, Kevin Dunn, Denis Leary, Frank Langella (voz), Tommy Lee Jones (voz), David Cross, Alexandra Wilson, Gregory Itsin, Dick Miller

Dois empregados de uma firma de brinquedos, adquirida por uma companhia maior, são instruídos sobre a forma de conceber e vender as suas criações: os bonecos "Gorgonitas" e os "Comandos de Elite". A ideia do novo patrão, Gil Mars (Leary), é criar bonecos que lutem entre si (com pilhas vitalícias incluídas). Assim, os dois grupos são concebidos como inimigos mortais; os Comandos de Elite, programados para vencer, e os Gorgonitas, os "monstros" amigáveis, programados para se esconderem e fugirem. O jovem Alan (Smith) convence um distribuidor amigo (Miller) a emprestar-lhe dois conjuntos, antes mesmo de estes serem distribuídos oficialmente para as lojas.

A primeira referência que costuma surgir ao falar-se de «Small Soldiers» é «Toy Story» (1995). Mas o filme que agora estreia está muito longe de se suster sobre imagens geradas por computador. É basicamente um filme com imagem real, que recorre a IMGs da Industrial Light and Magic de George Lucas e a efeitos mecânicos (animatrónica) dos estúdios de Stan Winston. No que diz respeito aos efeitos especiais, as duas componentes completam-se na perfeição.

O perigo quando estamos perante filmes que aparentam partir do conceito de usar a priori a componente "efeitos espectaculares", é de deparar-mos com um objecto debilóide e inconsequente, polido ao máximo para não ofender ninguém e simplista e simplista q.b. «Pequenos Guerreiros» não está propriamente nos polos opostos, mas não constitui uma decepção. É sobretudo um filme para o grande público, com acento tónico na acção e aventura, mais ou menos digerível por quase toda a família. Não se enche com piadinhas despropositadas, o humor é por vezes subtil e com referências a um grande número de outros filmes e não nos tenta convencer que o importante é o conflito familiar ou a relação entre os dois jovenzinhos, Alan e Christy (Dunst). É, portanto, uma proposta mais ou menos segura por parte de Joe Dante e dos argumentistas Gavin Scott, Adam Rifkin, Ted Elliott e Terry Rossio. Quanto a estes, é de apontar que Rifkin está por detrás de um filme chamado «The Dark Backward» (1991), em que um terceiro braço cresce nas costas de alguém, e que Elliot e Rossio foram co-argumentistas de «Aladim» (1992).

De Dante já se disse que concebe filmes que não são suficientemente "estranhos" para agradar ao público de Tim Burton ou de David Lynch, mas que, ao mesmo tempo, são demasiado indigestos para o grande público. Este poderá ser um regresso à plena forma, principalmente no que diz respeito aos resultados de bilheteira (os custos - 40 milhões de dólares - foram cobertos em duas semanas de exibição nos EUA).

(Parece ser estranho que o público, na sessão em causa, tenha considerado que este era um filme para toda (mas mesmo toda) a família. Crianças de 3 ou 4 anos pululavam pela sala, importunavam o espectador da frente, faziam inúmeras perguntas aos papás. Será que "maiores de 12 anos" não é explícito o suficiente? Será que os pais não perceberam que era um filme legendado e não um filme para a criançada? Terão apreciado ver a bonecada a ser desmembrada? Será que o exibidor se rala com isto?)

As maiores estrelas do filme estão por detrás da vozes dos bonecos. Do elenco do clássico bélico «The Dirty Dozen» (1967), de Robert Aldrich, temos Ernest Borgnine, Jim Brown, George Kennedy e Clint Walker, nas vozes dos bonecos dos Comandos de Elite. Em contraposição, os "bons" têm vozes de alguns membros do elenco de «This is Spinal Tap» (1984), de Rob Reiner, um filme sobre um grupo musical (fictício) falhado. Daí vieram Christopher Guest, Michael McKean e Harry Shearer. Para as bonecas "Gwendy", a escolhas também não foram nada más: as bonecas Christina Ricci («Família Addams», «Tempestade de Gelo», «The Opposite of Sex») e Sarah Michelle Gellar «Scream 2», «Buffy the Vampire Slayer» (TV)). Jovens e bonitinhas. De resto, Shearer e Phil Hartman são vozes bem conhecidas dos «Simpsons». O primeiro dá voz a Skinner, Flanders e a Smithers e Mr. Burns. Hartman, que fazia regularmente as vozes de Lionel Hutz e de Troy McLure (o advogado e o actor), foi assassinado, aparentemente pela mulher, em Maio deste ano, o que levou ao corte, antes da estreia, de uma cena envolvendo o seu personagem (Phimble).

Poucos ficarão para ver, mas no final do filme o actor é homenageado com um "blooper" e com uma legenda: "for Phil".

***1/2
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