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Os Ladrões/Les Voleurs Realizado por André Téchiné França, 1996 Cor-113 min. Com: Catherine Deneuve, Daniel Auteil, Laurence Côte, Benoit Maginel, Julien Rivière, Didier Bezace, Fabienne Babe, Ivan Desny
Alex (Auteil) é um polícia numa família
de criminosos, de forma que acaba por ser visto por todos como
a ovelha ronhosa. Não gosta de crianças, e a única
criança do filme - o sobrinho - não gosta dele por
ser um chui. Envolve-se com uma delinquente (Côte), com
tendências esquizofrénicas e suicidas, cujo irmão
é do bando do próprio irmão dele (dele Alex,
claro). Esta, Julliete, está envolvida com a sua professora
de filosofia (Deneuve), por quem Alex irá vir a sentir
também uma atracção.
O filme começa com a morte do irmão de Alex.
Os vários personagens irão dar o seu contributo
narrativo, em diversos flashbacks, que irão clarear as
circunstâncias daquela morte. Cada personagem parece agir
por conta própria (até Alex no seio do corpo policial),
e as ligações são apenas coincidentes.
«Les Voleurs» não é um filme romântico,
nem um filme policial. Limita-se a girar em redor de personagens
e dos seus dramas. Mostra-nos como o meio em que estes se situam
lhes molda o comportamento, e como os leva, quando tentam alterar
o rumo que lhes parece estar traçado, a acções
desesperadas. Uns terão sucesso outros não. Muitas
emoções decorrem de todos estes conflitos, mas Téchiné
terá optado por uma narrativa totalmente desapaixonada.
Será claro que a intenção é consciente,
mas a frieza com que os acontecimentos se desenrolam - morte,
sexo, romance, fugas, suicídios - tende a gerar uma profunda
apatia por parte do espectador, que assiste indiferente ao destino
e às opções tomadas pelos personagens.
Argumento e diálogos de André Téchiné
e Gilles Tavrand, com a colaboração de Michel Alexandre.
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