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For Ever Mozart
Realizado por Jean-Luc Godard
França/Suiça, 1996 Cor - 84 min.
Com: Madeleine Assas, Frédéric Pierrot, Ghalia Lacroix, Vicky Messica, Harry Cleven

O filme de Godard é composto por três segmentos, que se podem autonomizar, em termos de guião. Primeiro, segue-se a viagem de algumas pessoas que querem encenar uma peça de teatro em Sarajevo, dando origem a algumas sequências militares. Depois, temos a rodagem de um filme, chamado «Bolero Fatal», filmado junto ao mar. Quando o filme estreia, o público insiste com imensas questões, onde se incluí "há mamas?". Não? Bom, a cena deve ter sido cortada (apesar do trailer a repetir constantemente), e assim alguns jovens preferem ir ver um filme de acção. No segmento final, interpreta-se Mozart, vira-se a página, e acaba.

«For Ever Mozart» não é um filme que se aprecie pela história que conta - já que, não conta propriamente uma história -, sendo antes constituído por uma sequência de acontecimentos, ilustrados por uma boa fotografia, e povoados por uma série de frases soltas, muito bonitas, mas de uma aleatoriedade aparente. A haver significado, quem sabe seja preciso procurar uma chave de descodificação.

A estética visual e de montagem, que resultava bem nos cerca de 5 minutos do trailer, não funciona nos 84 minutos do filme. Pelo meio, existem algumas graçolas, como o departamento de "grandes filmes europeus". Estará Godard a gozar consigo próprio? Conjugado com o abandono do cinema pelo público, mostrado depois, parece querer dizer algo. Quem sabe se queira referir a cineastas pretensiosos, virados apenas para dentro de si e indiferentes à reacção do público. Mas, claro, aquele público não é muito exigente. Apenas quer ver mulheres despidas e tiros. Ou, talvez, o próprio filme, contendo esse aviso, seja um teste ao público de Godard. Apreciam-no, faça o que fizer?

Felizmente, pode-se sempre rever «A Bout de Souffle» ou «Pierrot le Fou». Este último a repor em salas da Medeia, em breve. Como a data já foi alterada, aconselha-se a atenção à página oficial (www.medeiafilmes.pt). Mas não questionem nada por mail, porque a distribuidora não tem uma resposta no seu historial.

Os nossos parabéns a monsieur Godard por deter o copyright do seu filme.

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