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La Madre Muerta
Realizado por Juanma Bajo Ulloa
Espanha, 1993 Cor - 107 min. Anamórfico

Com Kaja Elejalde, Ana Alvarez, Lio, Silvia Marsó, Elena Irureta, Ramon Barea, Gregoria Mangas, Marisol Saez, Raquel Santamaria

Ismael (Elejalde) assalta a casa de uma restauradora de arte, e assassina-a quando esta o surpreende. Antes de sair morde um chocolate e cruza os olhos com os de uma criança que parece querer vingar-se.

No presente, Ismael vive com Maite (Lio), uma francesa completamente apaixonada por ele, e sujeitando-se a todas as humilhações. Ambos vivem em péssimas condições económicas, e numa casa que ocuparam. A certa altura, os olhos do criminoso voltam a cruzar-se com os da órfã, agora uma bela jovem. Depressa se apercebe que Leire (Alvarez) é agora deficiente mental, e não fala nem parece compreender nada do que lhe dizem. Tudo indica que está totalmente desligada do mundo que a rodeia, mas Ismael julga que ela consegue reconhecê-lo e está determinado a matá-la.

Os sentimentos que se formam no interior do frio e violento marginal, começam a ser contraditórios. Interrogamos se se trata de culpa, se de uma atracção de outra espécie. A realidade é que ele tentará comunicar com ela a todo o custo, transformando isso no objectivo supremo da sua existência. Movido por quê?

«La Madre Muerta» consegue equacionar grandes momentos de suspense com humor na proporção mínima necessária, arrumados por uma montagem cuidadosa e por uma câmara que flúi naturalmente, seguindo os personagens. O argumento consegue fugir de todos os possíveis clichés, principalmente o potencial - e provavelmente inevitável se o filme fosse made in US - "quem é que são os loucos afinal?"

O filme foi galardoado com inúmeros prémios para melhor filme e melhor realizador, mas também para melhor actor e actriz, numa lista imensa incluindo festivais de cinema de França, Porto Rico, Brasil, Canadá, Suécia, Espanha e Portugal onde esteve presente no Fantasporto 1995. Ser inédito neste país é um mistério. O primeiro problema é ser Europeu.

Eduardo Bajo Ulloa, que co-escreveu o argumento com Juanma, ilustrou o filme com um texto falando do capuchinho vermelho e do lobo mau, que se transcreve parcialmente:

«A temeridade ingénua daquela criança confundiu-o; a sua beleza cândida espantou-o... e a sua pureza espicaçou o insensível músculo escondido dentro do seu peito cabeludo. [...] Quão forte era esta paixão que permitiu à rapariga viver dentro dele, sem a dissolver através de uma revoltante, mas vital, digestão. Mas prevendo que não haveria mais alegria na sua vida, o Lobo abandonou-se para ser caçado, esperando que o seu amor fosse correspondido noutro lugar, numa outra existência onde não fosse detido por ridículas diferenças físicas impostas pelas mentes dos seus criadores».

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© 1993 Gazsteiko Cinema,1996 Tartan Video. Distribuido pela 20th Century Fox Home Video.

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