O DVD Vídeo em Portugal

Já chegou oficialmente a Portugal, o DVD (Digital Versatile Disc) Vídeo. O lançamento inaugural de 10 títulos da Warner Brothers tem a chancela nacional da Lusomundo.

Os filmes são os seguintes, e, como se poderá constatar, vários não são de Joel Schumacher:

  • «Marte Ataca!/Mars Attacks!», Tim Burton
  • «Batman e Robin/Batman & Robin», Joel Schumacher
  • «O Guarda Costas/Bodyguard», Mick Jackson
  • «Fora de Controlo/Outbreak», Wolfgang Peterson
  • «Revelação/Disclosure», Barry Levinson
  • «Maverick», Richard Donner
  • «Tempo de Matar/Time to Kill», Joel Schumacher
  • «O Cliente/The Client», Joel Schumacher
  • «Ligações Perigosas/Dangerous Liaisons», Stephen Frears
  • «Tin Cup», Ron Shelton

    De um modo geral, podem resumir-se assim as possibilidades oferecidas pelo DVD:

    - 133 minutos de imagem digital - de superior qualidade e resolução à do VHS -, num só lado ou num só disco;
    - 8 pistas sonoras para dobragem em diversas línguas, com som digital até 8 canais (o padrão será o Dolby Digital - 5.1 canais);
    - 32 faixas com legendagem à escolha;
    - vários formatos (widescreen e pan and scan) para TVs 4:3 e 16:9;
    - 9 ângulos de câmara diferentes;
    - menus interactivos.

    Estas funções são o que pode existir em cada disco. Tudo depende do que o produtor lá pretende introduzir. Os múltiplos ângulos não interessam muito para o cinema (aparentemente a indústria porno irá aproveitar estas vantagens), que não é por natureza uma arte interactiva. Alguns filmes orientais estão a utilizar a função para apresentar listas de créditos alternativas (com caracteres orientais ou ocidentais).

    As "desvantagens" do sistema prendem-se sobretudo com a aceitação pelo mercado. Vai demorar até que o sistema se vulgarize e os preços baixem. Actualmente vendem-se leitores de DVD por 120 – 150 mil escudos. Os filmes estão à venda por perto de cinco mil. Prevê-se que a TV digital (HDTV ou DTV) comece a implementar-se depois do ano 2000. Estudos sugerem que em 2003 10% dos lares americanos terão TV Digital. A DTV possibilitará uma resolução melhor que aquela que se encontra nos actuais discos. Estes poderão ser reproduzidos através desses aparelhos, mas os discos produzidos especificamente para o sistema terão muito melhor aspecto.

    Se comprar já o leitor de DVD e centenas de discos, possivelmente verá novas edições, melhoradas para DTV, bem como melhores leitores, em quatro ou cinco anos. Tudo depende do poder de compra e da disponibilidade para mudar uma vez mais de sistema.

    As edições portuguesas são acompanhadas por um folheto que, entre outras coisas, apresenta a vantagem de uma "imagem digital". Quem trabalhe com um computador sabe que "digital" não é a mesma coisa que "melhor". Depende de como se grava. Também é dada primazia à interactividade e à possibilidade de ter legendas em outras línguas, sem qualquer referência ao detalhe de poder ver os filmes no formato original. A rotulagem nos discos, aliás, é algo infeliz ao referir algo como "widescreen – adequado para todos os tipos de televisores", desvirtuando o conceito do termo enquanto significando edição do filme no formato original cinematográfico, e sugerindo que a escolha é entre versões formatadas para ambos os formatos de écran.

    Portugal insere-se na Região 2, o que significa que os nossos leitores estão preparados apenas para filmes editados para a Europa e Japão. Algumas edições, eventualmente, poderão não ter qualquer codificação, podendo ser distribuídas em qualquer território, mas essa não será a regra. Vendem-se leitores livres de codificação (talvez requeira procurar bem ou encomendar via Internet), e pode-se remover a protecção posteriormente à compra. Mas cuidado, pois tal certamente terá implicações na garantia do aparelho. Outra opção é um DVD Rom, mais barato (cerca de metade do preço de uma unidade separada), e mais fácil de tornar "region free" (através de software, aparentemente). É uma questão de pesar as vantagens e desvantagens.

    Em relação à codificação, a indústria americana tenta pressionar o poder legislativo para a criação de suporte legal que proíba superá-la, para que toda a gente só possa ver filmes aprovados para a sua região, e não importá-los de outro território, meses antes sequer de passar nas salas de cinema locais. No que diz respeito a Portugal, a escassa oferta sugere sempre que se procurem edições estrangeiras. Os restantes territórios europeus deverão possibilitar uma escolha variada. Claro que alguns títulos podem apenas ser encontrados nos EUA, e os mais exigentes poderão tentar não ter quaisquer limitações.

    17/7/98

    Mais dados sobre o DVD em geral, no FAQ do grupo alt.video.dvd:
    http://www.videodiscovery.com/vdyweb/dvd/dvdfaq.html

    DVDs em Portugal
    A primeira página sobre o DVD Vídeo em Portugal

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