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Batman & Robin
Realizado por Joel Schumacher
EUA, 1997 Cor - 130 min.
Com: Arnold Schwarzenegger, George Clooney, Chris O'Donnell, Uma Thurman, Alicia Silverstone, Michael Gough, Pat Hingle, Elle Macpherson, John Glover, Jeep Swenson, Vivica Fox, Vendela K. Thommesen (Kirsebom)

Um novo criminoso ataca Gotham City, congelando tudo no seu caminho. O seu nome é Mr. Freeze (Schwarzenegger), que era o Dr. Victor Fries antes de sofrer um acidente. Batman (Clooney) e Robin (O' Donnell) vão tentar apanhá-lo, mas, entretanto, surge pelo meio uma nova vilã, também fruto de um acidente: Poison Ivy, a Dra. Pamela Isley (Thurman). Freeze quer descobrir a cura para a mulher (Thommesen) - que sofre de uma doença rara, encontrando-se em animação suspensa -, e precisa de roubar diamantes para sustentar as suas armas congelantes e o seu fato especial. Ivy é uma ecologista radical e quer que as plantas comam os homens e não ao contrário. Como se não bastasse, o fiel mordomo de Bruce Wayne, Alfred (Gough) está a morrer com a mesma terrível doença da Sra. Fries, mas numa fase bem menos avançada. A certa altura surge ainda a Batgirl (Silverstone) que vai ajudar a Dupla Dinâmica.

«Batman & Robin» começa a toda a velocidade, com uma sequência de acção razoávelmente coreografada, talvez influência da grande importação de cineastas de Hong Kong (Tsui Hark, John Woo, Ringo Lam,...), mas se os efeitos especiais estão escorreitos, no que toca a wireworks, talvez devessem ter contratado um especialista, uma vez que qualquer filme de Hong Kong de há 10 anos, não deixa que se sinta a existência dos "fios", como aqui sucede, em algumas ocasiões. O resto do filme é a junção de mais cenas de acção, umas mais bem encenadas do que outras. As melhores sequências são filmadas por computador. Aquelas onde está um homem por detrás agitam-se freneticamente, ajudando a não perceber a acção, e conseguem bater o recorde dos planos inclinados mais despropositados da história. Mesmo em termos de efeitos especiais existem algumas falhas, como o recorte dos personagens em alguns grandes planos (mas que passarão bem em vídeo - 70% do mercado), e outras há em que as maquetas não resultam. A perseguição no meio das estátuas gigantes, por exemplo, parece uma corrida de baratas e escaravelhos (é certo que o vídeo piorará).

Schumacher tem demasiados personagens para meter em cena. Se Thurman não será problemática - provavelmente a única que se pode dizer que representa - a presença de Scharzenegger, com o consequente nome a abrir os créditos, obriga a que passados dois minutos de filme ele tenha de aparecer, e a que se minimize o tempo de écran dos restantes actores, prejudicando a compreensão da história. Felizmente(?) a história parece não ter muito para não compreender. Não reinando a completa estupidez, reina, no entanto, a mais perfeita bidimensionalidade. Simplista, básico, serão termos adequados, e qualquer assistente técnico deveria ser mais bem pago que o argumentista.

Como se não bastasse a abundância de personagens (e insuficiência de personalidade), ainda se tenta dar tonalidades dramáticas, com a doença de Alfred, que não nos move em absoluto. A situação é empregue para justificar o aparecimento de Alicia Silvertone que cai com pouco nexo na acção, seguindo directa para a cena mais ridícula do filme, e culminando com a justificação mais imbecil possível para o seu comportamento radical. Não ficando por aqui, e como o tempo é escasso, é transformada em Batgirl e está a dizer piadas idiotas em dois minutos, sendo aceite pelo duo em 5 segundos, tal como, irracionalmente tinha sido empurrada por Alfred para aquilo. As referências aos anteriores filmes ou à «Laranja Mecânica» não ajudam em nada a engolir tão amargo manjar.

O interesse romântico de Bruce Wayne é representado pela modelo Elle Macpherson a dizer duas ou três frases ocas, mas Clooney não mostra muito interesse. De resto, os actores, para lá do que foi dito sobre Thurman, não têm muito trabalho: Silverstone representa com os lábios, O'Donnel não, porque não os mexe, Clooney permanentemente agitando a cabeça enquanto fala. Scharzenegger compila todos os trocadilhos possíveis em redor de "cool" e "ice", do qual o mais eficaz será "let's kick ice!". Como se não bastasse ainda se usa duas vezes (pelo menos) o velho trocadilho "hang around".

Não esqueça de deixar o cérebro na recepção e colar a ficha na testa, para a recepcionista ver. De contrário esquecer-se-á do número.

poiapoia / **
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clas. especial