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comparação entre formatos
Letterbox vs. Pan and Scan

Nota: As imagens são retiradas directamente das edições vídeo. Algumas imagens foram adaptadas, a partir das originalmente capturadas, devido à diferente apresentação requerida, mas mantém-se as proporções a as características essencias. Deve-se ter em conta a visibilidade proporcional de um écran de TV médio, já que a nitidez resultante da adaptação pode resultar em perda de definição.

Personagens
Aqueles que gostam de ter o écran da TV sempre cheio, alegam que o pan and scan deixa de fora partes da imagem secundárias, e que se foca nos actores e personagens principais ou "onde a acção está". Isto é falso, pois nenhum cineasta quando compõe um enquadramento em Panavision (o mais vulgar formato anamórfico dos dias de hoje) está a pensar em concentrar os actores, ou o que quer que seja "relevante", num quadrado de 4:3.

Dennis? Onde estás? Aqui, no cantinho do écran!
No meu contrato não dizia que me cortavam a cara! É chato ser secundário. Mesmo 'interesse romântico'.

O filme «Dragonheart» ilustra como se pode não mostrar a totalidade dos efeitos especiais nem os actores. Os secundários são normalmente cortados. Se estiverem a falar terão alguma chance (mas não é garantido).

Movimento
Sequências movimentadas necessitam de todo o espaço disponível. Não pode imaginar o duelo entre Darth Vader e Luke Skywalker a ser confinado a metade do écran. Em filmes mais recentes, alguns realizadores terão alguma preocupação em não enquadrar parte "importante" da acção muito afastada do espaço televisivo. Mas estas preocupações tornam o filme em si, no cinema, menos interessante e mais fraco tecnicamente. Aí quase teríamos um filme com espaço extra e não um filme em scope.

Luke, também eu te quero cortar Nem a Força me salva da Edivídeo!

Esta cena movimentada não pode ter metade do impacto na versão de écran cheio. Mal vemos os sabres de luz. Os personagens precisam do espaço em redor para se situarem no cenário. A sensação de movimento perde-se em grande parte quando as armas saem do enquadramento. Não vemos o rasto de luz à direita, nem as faíscas provocadas pela arma de Vader, à esquerda. Ampliar metade da imagem não acrescenta nada; a vantagem do tamanho é irrelevante perante o campo de visão que se perde. A imensidão do cenário, qualquer que seja a escala, envolve os actores, mas na imagem da esquerda a noção do espaço perde-se totalmente.

Simetria
Os planos simétricos não são necessariamente os que mais sofrem com o pan and scan, mas são os que mais notoriamente delatam uma cópia manipulada, e os que melhor ilustram a manifesta barbaridade que é adaptar filmes para formatos para os quais não foram concebidos. Em cenas do género da que se apresenta abaixo, é costume mexer-se o scanner de um lado ao outro (se a cena demorar tempo suficiente, claro), em artificiais "movimentos de câmara".

Só porque sou uma mulher atraente A malta da direita também tem direito

Os planos simétricos são também uma forma fácil de identificar as transferências para vídeo, que apenas aparentemente respeitam o formato original do filme. «The Cook, The Thief, His Wife and Her Lover» é um exemplo notório de uma péssima edição vídeo em que se buscou um compromisso com o que os cineastas filmaram, e com os telespectadores que insistem que não querem a imagem demasiado pequena. O formato original é 2.35 vezes maior em comprimento que em largura, mas a transferência andará pelos 2:1, e o scanner não mexe, aparentemente. Parece que falta sempre parte do écran do lado esquerdo. E o aclamado director de fotografia, Sacha Vierny, compôs dezenas de planos simétricos para Peter Greenaway...

Composição
A composição do plano, boa ou má, artística ou meramente funcional, tem de ser toda vista. Essa é que é a questão. E tanto para termos opiniões sobre a "beleza do enquadramento" como para nos descontrair-mos com uma movimentada cena de acção, precisamos de ver tudo o que foi originalmente filmado.

Cantem todos comigo Vocês aí atrás também

Este último exemplo ilustra o desequilibrio de um enquadramento, a adulteração do espaço físico, o corte de personagens, etc.

Nestes termos, não pensa que deveriam, pelo menos, existir cópias alternativas de todos os filmes, maus e bons (porque ninguém pode impor os seus critérios aos outros), à disposição do público?

Não pensa que, pelo menos um canal de "serviço público", devia assegurar sempre a exibição cinematográfica em formato original?

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Estas imagens estão disponíveis, entre diversas outras, em:

The Widescreen and Letterbox Advocacy Page
(Star Wars, Star Trek, Sound of Music, Dragonheart).
The Widescreen Comparison Page
(The Empire Strikes Back);


só há uma maneira...
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