Kathleen Conklin (Taylor) está a preparar-se para obter o seu PhD na Universidade de Nova York, levando um dia-a-dia quase totalmente preenchido com esse objectivo. Uma noite é atacada por uma mulher de negro (Sciorra) que a puxa para um local escuro e a ataca, mordendo-a no pescoço. Começa a sentir necessidade de consumir o sangue de outras pessoas, procurando vítimas fáceis pelas ruas ou entre aqueles que lhes são próximos, culminando na sua festa de graduação.

Apresentado no Fantasporto 97 como filme surpresa - se bem que o texto do catálogo o delatasse quase instantaneamente -, esta obra de Ferrara aborda o tema do vampirismo na perspectiva de um mero vício: o vício pelo sangue dos outros, numa clara metáfora social dos tempos modernos.

Poderemos identificar planos paralelos com «Bad Lieutenant», mas desta vez a droga que se injecta nas veias é sangue. Os outros temas recorrentes do cinema de Ferrara estão aqui novamente presentes: a fé católica, o arrependimento, o martírio e a redenção (que é onde os seus filmes parecem sempre querer chegar). Rodado em preto e branco, com sequências semi-surreais, é inevitável pensar por vezes em «A Noite dos Mortos Vivos» de Romero (mas que outro filme, em que surgem grupos de pessoas procurando canibalizar inocentes, não nos leva para aí?).

Durante o filme não se profere uma única vez a palavra "vampiro". No entanto apresentam-se imagens documentais do maior vampirismo da história da humanidade: o holocausto nazi.

classificações