Super35 [cont.]
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«Drive» não conterá cenas com cortes extremos, já que não é um filme repleto de efeitos digitais. No entanto, o processo de extracção parece ter sido automático, uma vez que se acrescenta substancialmente acima e abaixo da imagem mas corta-se sempre uma secção maior no lado esquerdo. |
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Assim, é inevitável que alguma da acção que ocorra no extremo esquerdo venha a ser desperdiçada. |
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E toma lá um chuto para fora do enquadramento. Veja-se a coisa pelo lado positivo: a alcatifa e os cortinados são muito bonitos. |
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«Sydney» é o exemplo típico do filme tradicional, sem efeitos digitais, rodado em Super35. Ganha-se imagem acima e abaixo e perde-se um pouco em ambos os lados (o frame disponível era provavelmente próximo de 1.66:1). |
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Para além de todas as composições se apresentarem desequilibradas (calças, alcatifa, tecto, etc.), um processo semi-automático terá de resultar em cortes mais notórios em certos planos. Vendo numa TV, com overscan a toda a volta, é de prever que olhos sejam cortados. |
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Aqui o overscanning corta John C. Reilly ao meio. |
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Eis um exemplo de como o desprezo do realizador por "linhas de segurança" força o processo de transferência 4:3 a cortar um pouco mais. Quem gosta de "mais imagem" deveria exigir o fim destas correcções. |
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«Ronin» foi composto com base no topo do negativo, um método preferido para facilitar a edição fullscreen, contornando a possível presença de microfones. Assim, cortes laterais são compensados com mais calças e muito asfalto a fazer as delícias daqueles que querem "mais imagem" nos seus filmes. Eis uma imagem muito feia, com De Niro a conduzir ferozmente, mas sem o vermos a atacar o volante. |
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Uma imagem mais apertada, apesar do asfalto extra, com alguma redução do cenário envolvente. |
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Mais porta não compensa o facto de Jean Reno ser cortado. |
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Reno continua cortado e... olha o microfone felpudo no reflexo da porta. |
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«The Usual Suspects» parece ter usado um negativo em toda a sua altura (1.37:1), como se pode ver por estas imagens. |
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No entanto, não deixa de servir para exemplificar as várias formas de formatação possíveis, talvez com base em critérios "artísticos" durante o processo de transferência. Vejamos... |
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O típico corte "semi"-ligeiro nos lados, com acréscimo de uma faixa de imagem acima e abaixo... |
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Um corte mais violento, a recordar pan and scan puro e duro... |
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E cada vez pior. |
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Ay caramba! Não foi o Super35 que salvou este filme de uma formatação 4:3 atroz. |
Não há formatação boa e formatação má, tal como não há censura boa e censura má. Pagando por uma versão alterada, estamos a confiar a alguém, de fora do processo criativo, a tarefa de adaptar o filme de acordo com a sua visão. Duvido que existam muitos filmes onde se obtenha "mais imagem" em todos os planos.
«Drive» (Director's Cut) - edição Medusa Pictures, Reino Unido © 1995 Overseas Film Group.
As imagens 4:3 de «Drive» foram extraídas do making of e podem não corresponder exactamente à versão fullscreen oficial.
«Hard Eight/Sydney» - edição Columbia Tristar, EUA © 1996 Rysher Entertainment, Inc. e Green Parrot
«Ronin» - edição MGM, EUA © 1997 United Artists Pictures Inc.
«The Usual Suspects» - edição MGM, EUA © 1995 Polygram Film Productions, B.V.
A última imagem de «Sydney» foi extraida do trailer.
As restantes imagens foram extraídas das versões fullscreen disponíveis nos DVDs acima referidos.
19/12/01