Em viagem e imerso "até aos olhos" em scripts e outros projectos,
o realizador Michael J. Bassett teve a gentileza de arranjar alguns minutos
para responder às questões de Cinedie, sobre o seu filme «Deathwatch».
O actor Hugo Speer (que interpreta o Sargento Tate), ao centro, durante a rodagem de uma das muitas cenas enlameadas de «Deathwatch». Foto © Michael J. Bassett. |
Como era o fim original?
Não lhe vou dizer como era o final original. Basta dizer que pensei em várias ideias no local de filmagens, porque as circunstâncias mudaram enquanto estávamos a filmar, o que significa que não pude levar a cabo exactamente aquilo que tinha escrito. Quando voltei ao Reino Unido para montá-lo, descobri que nenhuma das opções era realmente satisfatória, face aos conceitos presentes no filme.
Devo dizer que estou verdadeiramente encantado com o final que o filme tem agora – faz uma síntese de todas as ideias e temas, ao mesmo tempo que lhe confere uma força emocional genuína.
Uma revista francesa refere que tinha concebido um final grandioso “a la Akira”. Não sei se tal se baseia nas suas declarações, mas gostava de saber se se trataria realmente de uma referência a incorporar em «Deathwatch» e se é apreciador de cinematografias asiáticas.
Não fiz nenhuma referência ao filme «Akira» em nenhuma entrevista, excepto se foi para dizer que não encaro a anime como um estilo. No que toca ao cinema asiático, estou apenas agora a começar a apreciá-lo. A cultura asiática tem um conjunto muito diferente de ideais e de normas sociais rígidas, que influenciam enormemente os filmes. Vi recentemente «Dark Waters», do qual gostei (ainda que seja um pouco lento para mim), e estou intrigado com «Audition» – que, mais uma vez, é lento e fora do comum. Mas, na perspectiva de um olhar para o interior de outra cultura, eles são fascinantes e tornam-se cada vez mais influentes.
25/03/03
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