A Disney, incluindo as suas subdivisões, Dimension e Miramax, compra filmes asiáticos e molda-os de acordo com os seus padrões morais e comerciais. Isto passa por censura, alteração ou substituição da banda sonora, dobragem sem alternativa e remoção de referências culturalmente "inadequadas" para o grande público americano. É normal que a Disney adquira os direitos para todo o mundo e se recuse a editar ou deixar editar as versões originais destes filmes, em qualquer território ou em qualquer "região" DVD. Mais do que isso, recentemente, decidiram impedir importadores americanos de disponibilizarem as versões asiáticas que eles próprios se recusam a incluir em DVD, ainda que a título de extra. Há que reagir e mostrar ao Rato Mickey que há público para as versões originais.

Isto não afecta apenas filmes de acção (veja-se a versão de «Adeus Minha Concubina» que por cá tivemos), nem apenas o público americano, já que a Disney distribui para todo o mundo. O movimento que agora se inicia, e que a este site se decidiu associar assim que dele tive conhecimento, visa a formação de um lobby de cinéfilos que se possa a revelar relevante, i.e., que seja capaz de convencer a companhia de que pode ganhar mais dinheiro, uma vez que há pessoas que se recusam a comprar as versões adulteradas. Por muito que os comportamentos da Disney nos pareçam puro fascismo, interessa-nos manter a compostura e tentar convencê-los com base numa lógica de mercado, através de eventuais protestos, escritos de forma clara, sem cair numa linguagem agressiva ou insultuosa.

Recorde-se que uma petição elaborada para evitar que o DVD de «Princesa Mononoke» fosse distribuido apenas com a versão americana teve resultados positivos e a pista japonesa viria a ser incluida em algumas versões europeias (não na portuguesa, que saiu demasiado cedo).

5/01/02
14/02/02